A maneira como as coisas acontecem me fizeram prender à tudo com uma fita de seda.
Dou à ela a distância necessária pra percorrer tudo o que eu posso, tenho e quero viver.Viver sem sentí-la presa à mim, mas me fazendo perceber o suave tecido que não é impedido de me tocar quando o vento bate, e me fazendo lembrar que ela ainda existe.
Confesso que às vezes dá vontade de desfiar um pouco toda ela, pra que arrebente sozinha...Mas isso seria artificial e eu não gosto de artifícios.Deixo claro que ela não me incomoda, mas às vezes deve ser bom não ter fitas.
Talvez eu esteja fazendo analogias à lembranças ou acontecimentos, talvez eu esteja apenas pensando, talvez seja só mais um devaneio da minha infinita sinestesia.
É, foi a sinestesia que constatou à mim que fitas são minha história e minha história constatou à mim que fitas são minha sinestesia.
