quarta-feira, 30 de junho de 2010

Expressão de imaginação liberta.

O que vem à sua cabeça ao escutar música clássica?
Provavelmente alguns traços da arquitetura barroca, outros da moda do século XIX...É óbvio.Por uma fração de segundos eu também penso isso, mas a coisa que mais predomina é a estrada e as outras coisas até onde ela possa me levar.
Uma estrada bem bonita, numa tarde de um dia inexistente, numa hora que provavelmente não exista, mas que pode ser compreendida entre as 16 e 18 horas do mundo real.
Somado à isso, eu também me isolo de sentimentos que possam existir e me alimento apenas do ar puro que eu consigo ver, sim...VER!Parece que tudo é doce e não enjoa,dá a impressão que eu não tenho tato algum, mas tudo parece ter uma maciez indescritível e às vezes até inexistente.
Às vezes eu consigo ficar sem tocar o chão, mas eu só sei que isso acontece, quando eu vejo as coisas ficando pequena abaixo dos meus pés.Gosto daquele vento fraco batendo no meu rosto sem me fazer sentir frio, e o pequeno e fraco raio de sol que me esquenta sem me fazer fechar os olhos ou me sentir queimar.Eu gosto do topo da montanha, e é lá que tudo isso acontece.
Quando tudo acaba, eu volto pra estrada que não tem volta, e fico mais uma vez, vendo tudo se perder no escuro e sem achar um fim.
Isso vai além do meu próprio entendimento, eu sei.Eu gosto!Posso garantir que entendo o fato de a minha imaginação poder me levar pra qualquer lugar, e melhor ainda é saber que a minha sinestesia constante ajuda nesse feito.
Acho que as pessoas são mais sem graça hoje em dia, porque elas não imaginam mais nada.Artistas parecem ser mais felizes por estarem sempre colocando isso pra fora, crianças também.Eu não me considero uma artista, nem uma criança, mas sou com toda a certeza uma pessoa que não se permite parar de imaginar.

Ninguém nem tenta mais definir a imaginação.Parece que antigamente ela tinha mais valor.
Napoleão Bonaparte disse que é a imaginação que governa o ser humano, já Blaise Pascal disse que é ela quem faz a beleza, a justiça e a felicidade e que estes são os maiores poderes do mundo.Acho que por um lado Shakespeare e eu temos uma coisa em comum e acreditamos que o louco, o amoroso e o poeta são recheados de imaginação.Concordo mais ainda com Charles Baudelaire, quando ele diz que foi a imaginação que criou o mundo e ela quem o governa.Luis Buñuel disse que ela é o nosso primeiro privilégio e que ela é tão inexplicável como o caso que a provoca, além de dizer que é ela também é positivamente aparentada com o infinito.Alguns como Albert Einstein dizem que ela é mais importante que o conhecimento, mas o meu favorito foi Nicolas Malebranche ao dizer que a imaginação é louca da casa.
E por fim, eu termino esse conjunto de palavras encerrando uma imaginação e iniciando outra.O importante agora, é a expressão que espera pra ser liberta.