quarta-feira, 2 de março de 2011

A proteção se inverteu.

Dei carona pra minha avó hoje.Ao chegar na casa dela, vi que o carro do meu avô ainda estava do lado de fora.Pensei que à noite, embora o bairro seja sossegado, é um horário perigoso pra ele ficar fazendo esse tipo de coisa.A idéia de que a noite é perigosa é quase automática.Idiotice.Só penso isso quando são outras pessoas envolvidas.Pra mim, a noite é minha amiga.

Percebi depois, que 'esse tipo de coisa' não tem classificação.Constatei que o jogo inverte e me dei conta de que a proteção se inverteu.Quando eu era menor, considerava meu pai, meu avô ou todas as pessoas que 'cuidavam' de mim, um tipo de herói.Hoje, sinto que sou eu que lhes devo proteção.

Não que eles sejam burros e não consigam fazer as coisas sozinhos, mas parece que eu preciso estar lá...Com eles.Não gosto que minha mãe dirija sozinha.Parece que ela é ingênua no trânsito, desatenta, nova, mesmo sabendo que a realidade é o oposto disso.Quando peço carona, falo sempre pra ela levar alguém junto.Alguém que não seja mais novo que eu.Me preocupo com coisas insignificantes.

Parece ser a mesma preocupação que ela tem por mim quando EU saio, mas quando eu saio, eu sei que estou bem...Acho que sei me cuidar.E é claro, o mesmo acontece com ela.O engraçado, no final das contas, é que todo mundo se preocupa sem necessidade.